segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

LIÇÃO 5 - 1 TRIMESTRE DE 2010

Lição 5
31 DE JANEIRO DE 2010
TESOURO EM VASOS DE BARRO

TEXTO ÁUREO

"Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de
Deus e não de nós" (2 Co 4.7).

VERDADE PRÁTICA

Embora sejamos frágeis, Deus nos usa para proclamar as Boas Novas e
dá-nos poder para realizarmos sua obra.

HINOS SUGERIDOS 306, 432, 486

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 Coríntios 4.7-12

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

    Os seis primeiros versículos do capitulo 4 são, na verdade, uma continuação do capítulo 3, a respeito da defesa que Paulo faz de seu ministério e sua auto-recomendação. Na seqüência, ele se coloca como um "vaso de barro", pequeno e frágil, porém capaz de guardar um tesouro indestrutível. Evidentemente isso só era possível porque o poder de Deus o capacitava a ser digno de guardar o glorioso tesouro.
    Já no versículo 1, Paulo declara que a misericórdia divina foi o dom imerecido que tornou possível ao seu ministério revelar a nova aliança como superior à luz do esplendor de Moisés (3.6-18). O apóstolo não estava fazendo comparações de seu ministério com o de Moisés, mas sentia-se privilegiado pelo Senhor de trazer à tona o que estava encoberto. Esse privilégio deu-lhe conta de sua própria indignidade (1 Tm 1.12-17), mas, ao mesmo tempo, ofereceu-lhe a oportunidade de demonstrar a glória de Deus. Esta lição nos mostrará que, a despeito de nossa fragilidade, o Senhor nos usa na expansão de seu Reino.

I. PAULO APRESENTA O CONTEÚDO DOS VASOS DE BARRO (4.1-6)

    1. Um conteúdo genuíno (v.1). Nos versículos de 1 a 6, Paulo prossegue na defesa de seu ministério e, ao usar a figura do "vaso de barro", indica a debilidade e a pequenez de tal utensílio diante de sua riqueza interior. Em síntese, Paulo apresentou, de fato, o caráter sobrenatural do seu ministério. Naqueles dias, surgiam pregadores que falavam como meros profissionais, sem nenhum compromisso com a veracidade daquilo que pregavam. Eram discursos vazios, com elementos falsos, à semelhança dos comerciantes desonestos, que adulteram as substâncias originais de seus produtos, misturando-as com algo mais barato para enganar seus clientes.
    Nesse contexto, o apóstolo surge com uma mensagem de esperança e, agindo como bom mestre, declara que o conteúdo de seu ensino não é falsificado (v.2).
    2. Um conteúdo que rejeitava coisas falsificadas (vv.1,2). O fato de Paulo utilizar, no versículo 2, o plural "rejeitamos", indica que ele referia-se a si mesmo e aos seus companheiros de ministério. Mas o que eles rejeitavam? Qualquer coisa falsa, ou vergonhosa, que corrompesse a mensagem do Evangelho de Cristo. Seus oponentes acusavam-nos de que havia conteúdos adulterados e falsos em seus discursos, no entanto, Paulo refuta essa acusação, afirmando que a mensagem que ele e seus companheiros anunciavam era genuína e verdadeira.
    3. Um conteúdo de coisas espirituais transparentes. Pelo menos três sinônimos aparecem nos versículos 2 e 3 como elementos do conteúdo desse tesouro guardado em "vasos de barro": "Palavra de Deus", "verdade" e "Evangelho". Os cristãos judaizantes, opositores de Paulo, acusavam-no de haver distorcido a mensagem, todavia, o apóstolo defende-se com os seguintes argumentos: o que pregava era algo revelado, a Palavra de Deus, a verdade do Evangelho, as Boas Novas. Por ser algo tão glorioso, Paulo sente-se animado a seguir proclamando o Evangelho com franqueza e audácia.
     No versículo 4, Paulo chama Satanás de "deus deste século", a fim de mostrar que o opositor rege o pensamento predominante no mundo. A palavra "século" aparece no grego bíblico como aione pode significar, dependendo do contexto, "era", "época", "tempo". Neste caso, aionse traduz por "era" e pode ser entendido como "pensamento que predomina numa época". Portanto, quando Paulo fala do Diabo como "deus deste século", refere-se à ação entorpecente do pecado que obstrui os entendimentos dos incrédulos, impossibilitando-os de captarem o conteúdo do Evangelho. Para esses, a mensagem estava obscura, porque não podiam ver a sua luz (vv.3,4). Os que rejeitam o Evangelho põem-se sob o poder das trevas, que os impede de conhecer o Senhor Jesus Cristo.

II. PAULO EXPÕE A FRAGILIDADE DOS VASOS DE BARRO (4.7-12)

      1. A metáfora do vaso de barro (v.7). Paulo extasia-se diante do contraste entre o glorioso Evangelho e a indignidade e fragilidade de seus proclamadores. Em vez de a mensagem de salvação ser revelada mediante uma demonstração sobrenatural, a glória do Evangelho é manifesta através de homens frágeis - vasos de barro. Deus tem poder sobre o barro e sobre os vasos; Ele é o Oleiro. Por isso, Paulo sente-se fraco fisicamente, mas o Senhor toma-lhe a fraqueza, tornando-o capaz de revelar a glória do Evangelho aos judeus e gentios (vv.8,9).
       2. O paradoxo dos sofrimentos (vv.8-10). Nos versículos 8 e 9, quatro contrastes são apresentados por Paulo para exemplificar suas experiências (cf. 1 Co 4.11-13). Os sofrimentos foram terríveis, entretanto, não chegaram a abatê-lo. No versículo 10, Paulo faz uma descrição dessas experiências, identificando-as com a morte de Jesus; um sentimento de participação nos sofrimentos do Filho de Deus. Contudo, o mesmo poder que ressuscitou a Jesus é o que produziu vida no corpo mortal de Paulo (vv.10,11).
       3. Sofrer pela Igreja (vv.11,12). No sofrimento físico de Paulo, Deus o aperfeiçoou, produzindo no apóstolo um senso de total dependência (v.11). Se, por um lado, os sofrimentos experimentados por Paulo fizeram-no chegar bem próximo da morte física, por outro, serviram para beneficiar a Igreja de Cristo (v.15). Paulo, aliás, não tinha dificuldade em enfrentar a morte por amor à Igreja: "De maneira que em nós opera a morte, mas em vós, a vida" (v.12).

III. PAULO FALA DA GLORIFICAÇÃO FINAL DESSES VASOS DE BARRO (4.13-18)

       1. O poder que transformará os vasos de barro (vv.13,14). Quando falamos de "vasos de barro", referimo-nos à fragilidade e à pequenez de nossos corpos ilustradas pelo apóstolo Paulo. Enquanto temos vida física, Deus dignifica-nos a sermos guardiões de um valiosíssimo tesouro - o Evangelho. A esperança que dominava o coração de Paulo - e que não se restringe somente a ele, mas abrange todos os crentes em Cristo - era a glorificação do corpo mortal. Os versículos 13 e 14 indicam que o ato de crer e anunciar baseia-se na verdade de que, assim como Jesus ressuscitou, os crentes também um dia ressuscitarão. Seus corpos transitórios e corruptíveis serão transformados em corpos gloriosos.
       2. A esperança capaz de superar os sofrimentos (vv.15,16). Paulo reitera, no versículo 15, que todo o sofrimento experimentado por ele era por amor aos coríntios. Sua fraqueza física manifestaria o poder do Espírito Santo, a fim de que a obra de Deus fosse realizada por meio dele. Ainda que tenha enfrentado a morte muitas vezes, o coração do apóstolo não desfaleceu (v.16). Por isso, ele diz que, exteriormente, nossos corpos físicos se desgastam, mas a esperança da ressurreição garante a vida eterna.
       3. Tribulação temporária e glória eterna (vv.17,18). Quando Paulo menciona, no versículo 17, o peso da sua aflição como "leve e momentâneo", queria, de fato, realçar o peso da glória que Deus tem reservado aos fiéis. Desse modo, revela o apóstolo as causas que o sustentaram em meio aos sofrimentos durante seu ministério: amor à obra, confiança na ressurreição, e gozo eterno. As mesmas causas podem sustentar a todos os crentes que padecem por amor a Cristo.

CONCLUSÃO

       Nesta lição, aprendemos a enxergar nossos corpos como frágeis vasos de barro. Todavia, em sua fragilidade, guardam um tesouro incomparável - o conhecimento do Evangelho. Portanto, compartilhe este tesouro com aqueles que ainda não o possuem.

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