sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

LIÇÃO 03 - 1 TRIMESTRE DE 2010

Lição 3
17 DE JANEIRO DE 2010
A GLÓRIA DO MINISTÉRIO CRISTÃO
TEXTO ÁUREO

"E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar o cheiro do seu conhecimento" (2 Co 2.14).
VERDADE PRÁTICA

A glória do ministério cristão está na simplicidade e sinceridade com que se prega o evangelho e na salvação e edificação dos fiéis.
HINOS SUGERIDOS 107, 147, 165
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 CORÍNTIOS 1.12-14,21,22; 2.4,14-17
COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO
   Após render graças a Deus pela libertação divina que tivera na Ásia (1.12-14), Paulo agora segue, a partir do versículo 12, fazendo uma defesa de sua conduta aos irmãos de Corinto. Ele precisou mudar seu roteiro de viagem, levando alguns, por isso, a acusá-lo de não haver cumprido com a sua palavra. As acusações contra ele tinham por objetivo arruinar sua credibilidade perante a igreja coríntia. Porém, o apóstolo estava ciente de que havia pessoas sinceras e amorosas que o conheciam e estavam seguras de sua sinceridade no trato com a igreja.

I.. O MINISTÉRIO APOSTÓLICO DE PAULO (1.12-22)
    1. Confiabilidade, a garantia do ministério (1.12-14). Paulo havia desistido da viagem a Corinto pela terceira vez, e os irmãos coríntios, influenciados por alguns opositores, começaram a alegar que, tal atraso, não passava de displicência do apóstolo. A conclusão é que ele não era confiável. Entretanto, nos versículos 3 a 11, o apóstolo é confortado com o fato de que os próprios coríntios podiam testificar acerca de sua postura moral, espiritual e ministerial.
    2. A força de sua consciência (1.12). Paulo era um homem tão íntegro e tinha um caráter tão firme que, diante de tais acusações, apela para a sua consciência como testemunho de sua sinceridade nas ações de seu ministério. Para ele, a consciência significava o seu senso de autoavaliação moral que, com certeza, o denunciaria se ele fosse culpado. Paulo declara, sem medo, que ministrava aos crentes coríntios com "simplicidade e sinceridade de Deus". Dessa forma, as críticas contra seu ministério, ainda que infundadas, eram suportáveis em face da paz de consciência de que gozava.
    3. A autenticidade ministerial (1.18-22). No versículo 18, Paulo diz: "Antes, como Deus é fiel, a nossa palavra para convosco não foi sim e não". Em essência, ele argumenta que suas mensagens não eram vacilantes e que não oscilavam entre sim e não. O apóstolo então apela, de forma incisiva, afirmando que ele e seus companheiros de ministério eram fiéis. Para confirmar o seu testemunho perante a igreja coríntia, Paulo diz que o Jesus que eles pregavam não era "sim e não", mas "sim". Qual era a garantia da integridade da mensagem? No versículo 21, ele declarou que a confirmação do seu ministério e o de seus companheiros era a unção que haviam recebido de Deus. Logo a seguir, no versículo 22, Paulo declara que eles foram selados e receberam "o penhor do Espírito Santo". O "selo" é um elemento que denota posse e autenticidade num documento. Em nossos tempos, denominamos carimbos ou autenticações, os instrumentos investidos de poder que imprimem marcas de propriedade e garantia. Em Cristo, os crentes são selados com o Espírito Santo, tornando-se propriedade exclusiva do Senhor (Ef 1.13,14).

II. A ATITUDE CONFIANTE DE PAULO EM RELAÇÃO À IGREJA (1.23-2.13)
     1. Razões da mudança de planos da ida de Paulo a Corinto (1.23-2.4). Nestes versículos, o apóstolo continua preocupado em justificar as razões que o levaram a desistir de visitar a igreja em Corinto naquela oportunidade. Ele declara que não se tratava de qualquer tipo de capricho, orgulho, covardia e muito menos conveniência pessoal, mas sim o fato de evitar constrangimento maior em face da linguagem forte de disciplina contra alguém que havia pecado, maculando a santidade da igreja. Como essa pessoa era apoiada pelos opositores de Paulo, ele quis poupar a congregação do exercício desagradável de sua autoridade apostólica, que certamente provocaria ainda mais os humores negativos dos rebeldes no seio da igreja e entristeceria os demais. Paulo estava triste e não queria visitá-los em angústia e tristeza (2.2-4), mas queria que todos entendessem que era necessário que o tal pecador se arrependesse e fosse perdoado com todo o amor da igreja, a fim de que não fosse "devorado de demasiada tristeza" (2.6-8).
      2. O perdão ao ofensor arrependido e a disciplina eclesiástica (2.5-11). Segundo o texto indica, Paulo deparou-se com um opositor, que o ofendeu e incitou os coríntios a rejeitarem sua autoridade apostólica para o exercício da disciplina ao membro infrator. Essa atitude ganhou adeptos e Paulo ficou muito triste e ofendido (2.4). Os líderes da igreja não tiveram forças para disciplinar tal membro, apesar de ela ter, em sua maioria, percebido que era necessário obedecer a orientação de Paulo (2.6). A rigidez do apóstolo provocou contenda, e isto o obrigou a abrandar sua atitude, preocupando-se com a recuperação do ofensor (2.6-11).
     O apóstolo, embora severo, era agora capaz de orientar a igreja a que perdoasse o ofensor, caso este demonstrasse arrependimento. A igreja não pode deixar de administrar a disciplina aos que cometem pecado, para que não haja contaminação dos demais. Isto é, a punição do pecado é inevitável, entretanto, o tratamento com o pecador deve ser feito com atitude corretiva, terapêutica e restauradora, visando proporcionar-lhe o arrependimento e o recomeço da vida cristã. Lamentavelmente, em nome do zelo espiritual, tem-se cometido muitas injustiças, típicas dos fariseus, para criticar e censurar sem misericórdia os faltosos. O objetivo de Paulo, contudo, era levar estes a se arrependerem de seus pecados e a retornarem à plena comunhão com a Igreja de Cristo.
     3. A confiança de Paulo no triunfo da Igreja. Nos versículos 12 e 13, Paulo está ansioso por ter notícias de Tito, seu fiel companheiro na batalha pelo Evangelho. Percebe-se uma mistura de sentimentos em seu coração: o cuidado com os companheiros, dos quais não tinha notícias e as "portas" que se abriam para a pregação do Evangelho (2.13). O apóstolo dos gentios interrompe sua preocupação com a chegada de Tito e parte para um assunto que abrange não só a igreja em Corinto, mas as igrejas da Macedônia, de Filipos e Tessalônica, pelas quais ele tinha grande gozo e gratidão. Paulo expressa sua gratidão a Deus por essas comunidades de fé, uma vez que vislumbra o triunfo da Igreja como o cortejo de um exército vitorioso que entra na cidade de cabeça erguida (v.14). A linguagem de Paulo é agora de alegria e felicidade, porque, ao contrário da lembrança deprimente e triste anterior, agora o apóstolo transborda de gratidão a Deus.

III. PAULO SE PREOCUPA COM OS FALSIFICADORES DA PALAVRA DE DEUS (2.14-17)
      1. A visão do triunfo do Evangelho no mundo (2.14). Em algumas versões a palavra "triunfo" dá a ideia de um cortejo militar, onde um general vitorioso conduz seu exército numa marcha triunfal entrando na capital do império. O general traz seus prisioneiros de guerra e exibe-os diante do povo, que assiste ao grande cortejo. Segundo os estudiosos, o povo queimava incensos e exalava fragrâncias variadas de flores, enchendo o ar daquele agradável cheiro. Dessa mesma forma, Paulo contemplava a força da mensagem do Evangelho.
      2. Somos o bom cheiro de Cristo (v.15). O texto diz literalmente: "Porque para Deus somos o bom cheiro de Cristo". O que Paulo estava dizendo à igreja de Corinto era que ele e seus companheiros de ministério eram os agentes que espalhavam a perfumada fragrância de Cristo por onde andavam. Esse aroma emana de Cristo, e na linguagem do Novo Testamento significa um sacrifício como oferta agradável a Deus. Os sofrimentos sugerem, figurativamente, a queima de ramos que exalam bom cheiro, assim como o incenso e outras especiarias do altar de incenso no Tabernáculo. Tipologicamente, a fragrância, que emana do sacrifício de Cristo no Calvário, sobe às narinas divinas para honrar ao Senhor. O texto ainda diz que para alguns a pregação do Evangelho é cheiro de morte, para outros é cheiro de vida (v.16). Morte por rejeitarem a mensagem, e vida por aceitarem a Cristo e sua Palavra (1 Co 1.18).
      3. A ameaça dos falsificadores da Palavra de Deus (2.17). A palavra "falsificadores" pode ser entendida como "mercadores" porque tais homens não tratam a Palavra de Deus como a revelação divina, mas como uma mercadoria, um produto de mercado que pode ser vendido e manipulado. Paulo usa a palavra grega kapeleuiein, que se refere ao negociante que procura lucrar injustamente. Pregadores mercadores são aqueles que oferecem um Evangelho de imitação, corrompido, o qual ilude aos interessados. No capítulo 11.13, Paulo condena os falsos apóstolos que torciam o Evangelho para tirar proveito próprio em detrimento dos demais. O apóstolo denuncia essas distorções do Evangelho que visavam apenas enganar o povo de Deus (2 Co 4.2). Porém, declara com toda a sua alma que falava de Cristo com sinceridade na presença de Deus (v.17).

CONCLUSÃO
      A glória do ministério cristão está na simplicidade e sinceridade com que se prega o Evangelho. Motivos falsos produzem resultados falsos, por isso, todos os motivos do apóstolo Paulo e de seus companheiros eram o de expandir o Reino de Deus por toda a terra para a glória única do Senhor Jesus.

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